domingo, 4 de setembro de 2011

          Dor de outono
          O calor de setembro está 'fora de lugar', talvez seja o aquecimento, talvez seja a pirraça do clima que cansou de ser mandado...brincadeira boba de criança que quer pular alto com o jato da mangueira, fingir surfar num pequena piscina, um submarino onde o capitão enfrenta o grande monstro. São tantas coisas que nos passa pela mente que fica difícil não sentir-se como o que é determinado e pronto: se libertar.
          Não sou o clima, embora esteja no outono de minha vida, folhas secas pelo caminho, caem as esperanças e fica a nudez da beleza, agora em galhos secos e sem vida aparente. Não estou no clima da felicidade, não rio, não choro, não lamento, apenas sinto e absorvo cada instante. Meu coração não é mais o mesmo, talvez porque eu não viva a mesma realidade de quando acreditava nas possibilidades.
          Mataram-me inúmeras vezes, incontáveis dores e nenhum socorro. O que pensar disso? Que não existe resgate à sua disposição. Há mais dor, mais abandono, rejeição, lágrimas secas de um rosto marcado pela desesperança.
          Calo-me nesse instante, pensando apenas no que mais deveria ter dito sem me revelar.  Palavras também matam. Destroem por dentro e arrancam um pedaço da alma. Sinto-me assim, nos últimos meses, perdida, afogada em dor, dor de abandono, de ausência de carinho de mãe, de apoio familiar, de amigos sinceros...nada faz sentido e ao mesmo tempo tudo tem sentido.
By Léiah Val. Laverny

Nenhum comentário:

Postar um comentário