quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Alguns Descaminhos...

         
          Estranho pensar em como era sua vida há 5, 10, 20 anos. Um complexo de dores, intimidações, descobertas, acobertamentos, lágrimas, risos, saudade...e o importante, aprendizado. Aprendi, dolorosamente, que as pessoas não são o que pensamos. Ora, eu não era o que eu pensava, tão frágil, tão leve, tão comum, tão só. Percebi que não era frágil, era sobrevivente, não era leve, era distante, nada de comum, sei que sou especial da forma que eu sou, porque me aceito e me valorizo. Só...? Bom, quanto a isso eu não sei bem dizer, solidão, sozinha, solitária...tentam reorganizar o sentido dessas palavras pra justificarem o fato de que estar só servirá para o que quer que pensem. Se ser sozinha me faz feliz, sou solitária; se solidão é uma opção ou uma variante em minha vida é porque tenho o controle do que quero em meus dias...
          Mas no final, o resumo é a triste constatação de que estamos à beira de um abismo e sozinhos enfrentaremos a queda. Não existe ascensão, a dor de olhar para esse abismo e perceber que ele está olhando de volta, como um reflexo, nos angustia, impele a fazermos conexões bizarras com outros seres humanos, não importando a dor que venha a nos causar. O abismo não vai me intimidar,  tenho meus iguais perto de mim, sou diferente, o espelho que me mostra quem sou não chegará em mim...Tolice, como criança que faz birra por causa do doce saboroso no balcão. Somos o que somos e seremos sempre o fomos ao longo da jornada...somos um processo, nosso passado costruiu quem somos, essencialmente, e nosso futuro é praticamente uma sucessão de fatos que vão moldando-o.
          Se existe um livrearbítrio eu não sei, não creio nisso mais, sou bem mais cética na vida. Mas podemos mudar, não a história, mas algumas palavras, para que o efeito não seja doloroso ou massacrante. Sempre digo em sala de aula, se um texto começa a ter vírgulas demais é hora de um ponto final. Minha vida teve e continua tendo muitas vírgulas e atualmente reticências, sei que está na hora de fazer o que tem que ser feito, dar um ponto final. Começar um novo parágrafo, melhorar a coesão e se for para ser radical, mude de texto, crie uma nova sequência, exclua o que não permite que sua seja coerente e feliz.
          O que não nos mata pode muito bem nos tornar mais fortes, se assim determinarmos. Temos esse poder nas mãos, como o escritor com sua obra...
By Léiah Val. Laverny

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