quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Fireworks...

         

          Às vezes sinto a falta de uma explosão dentro de mim, algo apocalíptico que permitisse me expressar num sentido completamente novo, único, e permitir que casa fagulha se tornasse um bálsamo aos que estiverem perto...
           É, falta isso no mundo, explosões, chamas, fogos que iluminam o céu, chamam a atenção dos transeuntes para a inexorável verdade da vida: Cada um tem em si sua própria luz, e ela aquece a alma dos que fazem parte de nosso cotidiano.
           Lembro da história de um senhor que dedicou a vida a manter as luzes da cidade acesas...vivia solitário num quarto frio, mas conseguia fazer com que as luzes, durante 25 anos, à noite, iluminassem os jovens casais e suas promessas, fornecendo o clima perfeito para as juras de amor eterno. Acolhia o passageiro noturno em sua jornada de volta para casa, seguro, guiando pela luz amarelada que tanto lhe confortava na noite perigosa...E por todo esse tempo, ninguém soube de sua função, mas sabiam que a noite teria um brilho certo, um caminho seguro, uma luz especial...
           Assim somos em nossa vida, vemos a luz, mas não fazemos questão de saber quem ajuda a mantê-la parte de nós...nem quando tudo depende de nossa própria disposição, apenas viramos as costas para nossa beleza, nosso fulgor, brilho incandescente...
          Há ainda tantas pessoas que se fazem opacas, sem vida, esperando que a perfeição premeditada venha lhe fazer juz...tolice, ninguém é perfeito, não é esse o propósito, somos únicos, isso sim, e na imperfeição peculiar em cada um de nós, somos especiais, porque temos a capacidade de sempre mudar, melhorar e transformar o mundo ao nosso redor ...
          Vivi por anos no lado negro da lua...inexplorada, mas sabendo que a luz estava ali, me esperando. Não sabia que poderia ousar tanto e me fazer brilhar. Tinha medo, receio do que diriam, se me achariam boba, ou algo pior...mas hoje, com minha experiência, digo que valeu a pena fugir daquele lugar sombrio, me vejo no  espelho e sorrio com a pessoa no reflexo. Ainda estamos nos conhecendo, é um processo, e como tal, transformador... Sou, hoje, o brilho que tanto desejei, sou dona do meu destino e de meu caminho... a luz, bom, ela sempre esteve lá, agora é segui-la....

By Léiah Val. Laverny

domingo, 25 de dezembro de 2011

Rock e seriados - parte I


     
"There's a man going around taking names
And he decides who to free and who to blame
Everybody won't be treated all the same..."
(((Johnny Cash - The man comes around)))
 
          O mundo dos seriados tem seu apelo entre os americanos e hoje somos parte dessa franquia, ainda engatinhando, mas assumindo nosso espaço. Claro, sem mensionar os seriados britânicos que dominam em todos os quesitos e o canadense assumindo de vez seu lugar...

          É importante, em tudo que formos fazer, entender que nem sempre é pelo puro e descompromissado entretenimento, mas principalmente pela qualidade dos roteiros e dos elementos fílmicos incluídos, como trilha sonora, jogo de câmeras, iluminação, símbologia, referências e aprofundamentos que levam os mais leigos a buscarem entendimento no que veem...

         Um dos melhores seriados da atualidade que trata de perfis de criminosos - Criminal Minds -, de forma adulta e séria, tb navegou em águas conhecidas... no episódio 3x16 - Elephant's Memory (Memória de elefante) o "insub" é um apaixonado por Johnny Cash e a referência a uma das grandes músicas de Cash está presente, determinante...The man comes around
  
   Na história, o tema do bullying é marcante e o profiler Reid comenta como ele não consegue esquecer o que havia acontecido com ele em sua infância e assim consegue se aproximar do personagem para neutralizá-lo antes que o pior aconteça. Um episódio memorável e perturbador, com certeza está no top melhores.
         

          Uma outra referência espetacular está na série SUPERNATURAL, com certeza os fãs se lembram de um episódio em que os irmão vão para a prisão acabar com a ameaça de um fantasma (2x19)...rsrsr se lembram do título???
FOLSOM PRISOM BLUES

          Referência foda à música homônima de Jonny Cash, claro que em se tratando de Eric Kripke é mais um detalhe de sua genialidade e homenagem aos grandes do rock!!! Isso porque não é a primeira referência, na lista ainda  temos Metallica, Bon Jovi, AC/DC, Bachman-Turner Overdrive, Kansas, Bad Company, Blue Öyster Cult, Journey, Foreigner, Ramones, Bob Dilan, Creedence Clearwater Revival entre outras pérolas. A escolha dessas bandas é coerente com todo o clima do show e está nos títulos, nos disfarces ou mesmo nas interpretações, com em Eye of the Tiger, impagável Dean incorporando a música.



Bem, se ele me libertassem desta prisão,
Se aquele trem fosse meu,
Eu aposto como eu iria só mais um pouco longe
Longe da prisão de folsom
É onde quero ficar
E deixaria aquele apito
Levar minhas tristezas...
(((Johnny Cash - Folsom Prison Blues)))

          E reafirmando a qualidade dos shows em tv, que finalmente deixou der ser o patinho feio das grades de entretenimento. Haja visto que nomes estelares já deram o ar da mais unânime graça nas telas: Meryl Streep in DAMAGES, Forest Whitaker in CRIMINAL MINDS: SUSPECT BEHAVIOR (cancelada), Ashton Kutner in TWO AND A HALF MEN, ou mesmo o premiado Dustin Hoffman no novo drama da HBO LUCK.
          Claro que a lista não acaba por aí, mas vale pelo entendimento de que qualidade não depende apenas de 2 horas numa sala de cinema e bilhões em investimento.


By Léiah Val. Laverny & Anissa Baviera


         

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Chuva...

"Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas,
pois eu também sou o escuro da noite."



       

          Pela janela vejo a vida passageira, vida vivida em momentos tão rápidos, vida que não é minha, vida dos outros, sem minha marca, sem meu nome nela.
          E já não é suficiente ser o carona dessa viagem. Preciso tomar as rédeas, como dizem, domar esse selvagem que me desafia montar e fugir pelos prados vedejantes de um sonho, um desejo.
          ...ou pela estrada na noite chuvosa, arriscando-me na busca por um propósito, vendo além das gotas fortes que me fazem fechar os olhos, mas deixando meus sentidos aguçados, corpo gelado numa madrugada mais fria ainda, num turbilhão de intenções e sensações...
           Não vou me calar, não vou parar, não vou ser apenas alguma coisa....serei a vida que eu escolhi, a qual me espera na porta da frente, de braços abertos e coração brilhante...

          Serei a rima da minha própria poesia, finalmente!


((((Anissa Baviera & Léiah Val. Laverny))))

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sonata...

        

          Feche os olhos, sinta a pele ser tocada em segredo, leve, livre no universo dos sentidos...
          Mãos são suaves senhoras do prazer que me domina no deleite do que minha audição capta...são pássaros que revoam com a alvorada, dando adeus ao dia quem me confrontou...que me possuiu em braços encantados.
         A noite revela e traduz a ocultação dos medos, mostra quanto somos prisioneiros da luz que afugenta o eco da libertação...sou o ser da noite que vaga incansável em teus sonhos, misterioso apelo de amor e perdição. Sou o doce acorde da canção que ouvimos quando os corpos driblam a leis da razão...sou você em mim, completos, perfeitos, únicos.
         Se o olhar não alcança, o teu aroma me guia na vastidão de cheiros que me entorpecem a iluminação. Sinto o corpo se entregar, como um barco ao doce vagar do mar, ao primeiro momento de liberdade absoluta...nada me prende, nada me desafia, nada é ausência, apenas, num momento de fulgor, presente. Permanente.
        E no amanhecer, com os olhos do mundo se abrindo diante de mim, desnuda na noite que me consumiu, abro os braços que te possuíram e me deixo ir, vagarosamente, pelo caminho aleatório da vida...agora não mais a mesma, agora, a minha vida, impressa na tua, em pele e verde agrado da natureza selvagem...

(((Léiah Val. Laverny & Anissa Baviera)))


Felicidade...

         

         A felicidade não é concreta, não seria possível, como não é possível sermos completos sozinhos...
           Solidão é questionável, depende de casos e acasos, depende de quem a sente, de como a sente, da forma que a constrói.
Solidão é circunstância, vida é aprendizado, felicidade é momento e nunca vi felicidade que não dependesse, em alguma instância, da presença - mesmo que ausência - de uma segunda alma.
           Se é abstrata, não possui existência própria. Nós também vivemos pelo signo do abstrato, mesmo em certeza de existência física, não nos completamos se não compartilharmos nossa vida com a rede de almas que sempre farão parte de nossa trajetória...




"Se queres compreender a palavra 'felicidade',
indispensável se torna entendê-la como recompensa e não como fim." 
Antoine de Saint-Exupéry

By Léiah Val. Laverny

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

No meio do caminho....Maiakovski.

         


           Para que serve a educação? Normal a pergunta, vamos à resposta:

          Vi certa vez numa camiseta de um jovem o texto lindíssimo de Eduardo Alves da Costa, fiquei admirada e feliz por carregarem palavras de tamanho impacto social. No entanto, eis que veio a decepção. O texto estava com o autor errado. É, o autor não era e nunca foi Maiákovski...e o pior, o jovem impunha autoridade da rebeldia no peito de um autor que ele possivelmente nunca ouvira falar, ou não aceitaria tal absurdo de falta de informação!!!

          Em um outro momento, numa novela, (Mulheres Apaixnonada), com a personagem de Christiane Torloni a citação do mesmo poema, agora com o crédito certo da autoria. No dia seguinte todos "sabiam" quem era Eduardo Alvles da Costa...mas será que sabiam que foi declamado apenas um trecho do poema completo? Sabiam que era Eduardo Alves da Costa, ou ainda, quem era Vladimir Maiakovski??? Pelo que ele lutou, porque Eduardo o citou num poema em que declara estar no mesmo caminho que seu inspirador???

          ....é, simplesmente é para isso que a educação serve, não apenas para informar e formar, ela nos estimula a pensar, por nós, com os outros e criar um espaço de análise e criação de ideias...


SEJA ABAIXO A ÍNTEGRA DO TEXTO DE EDUARDO ALVES DA COSTA


NO CAMINHO COM MAIAKOVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ausências e perdas...

 
Nuit Absent
((Guilherme Bayara))

Nada,
o vazio
A falta do toque,
Ausência de sentimento,
apenas ausência

Ausência da própria ausência
O nada

Aos poucos algo o corrompe
A escuridão preenche o nada
Ao longe surge algo

Devagar toma conta
E com um choque arrebatador
Sente-se a tristeza

Escuta-se um pequeno titilar
Lagrimas atingem o chão

Em meio às agonias
As agonias que gritam as tristezas
Não são lagrimas
São pétalas

Pétalas de
Uma branca flor
Que reluz e afasta
Afasta a escuridão. 




           Andava pela casa como um fantasma sem face, perdido entre lembranças tristes de uma vida que não tinha certeza se acontecera. Eram histórias vagas, pessoas em forma de neblina com os rostos vazios e coração negro. Sabia que ser uma ausência era um fator determinante para o que viria depois - o nada. Não entendia como chegara nesse estágio, quando o telefone já não fazia o coração disparar, ou a espera era fato. Apenas o nada, o ausente propósito de conhecer seu próprio futuro.

          Lembrou-se de quando a vida era mais complexa em termos numéricos. Eram vozes e gritaria, latidos e brigas, palavras que nunca se ausentavam e sempre impactavam de alguma forma, transformando o momento em memória. Agora o que sentia era o medo do não, do nunca mais, do impossível, circunstâncias indeléveis de uma vida tão transtornada. Fazia mal olhar para trás e ver que tudo foi em vão, ser o que era e não ter mais o entendimento do que havia acontecido de fato.

          Mas sabia que as questões se acumulariam, eram perguntas que nunca teriam respostas e apenas sobrava a vontade de gritar, bater, implorar para que a dor sumisse e o sentimento de que alguém deveria estar ali fosse embora, como foram  os anos, incontáveis, inconstantes, tenebrosos. O mal se instalara nos dias e tornou as noites impossíveis de serem vividas, dormidas, a insônia procurava uma forma de não deixar esquecer que era apenas um corpo marcado pelo DNA da reprovação, do medo, do abuso, da rejeição. Projeto falho e sempre lembrado disso.

         Nas paredes os quadros estavam vazios, cada história já não era mais exposta, havia sido trancada a força dentro da mente da jovem que carregava o fardo de não se esquecer do pouco que havia sorrido. Era cruel, era insano pensar que fizeram isso com ela, sem ao menos pagarem. Via o mundo de uma forma não tão otimista como todo o resto, mesmo diante da oposição. Para que imporem uma vida numa alusão ridícula de que pediu por isso? Pedir para ser abandonada na rua das ausências? Pedir pelo abuso, pelo negro dia de tristeza vagando pelas ruas sonoras de choro e lamento?  Pedir para ser auto-suficiente a ponto de não sentir precisar de si mesma? Que maldito paradoxo é esse que se formou num coração tão machucado?

       A vida só era bela em palavras que dizia a si mesma para não enlouquecer entre os que tinham algo por que lutar...ela, bom, apenas ausência, medo, negação. Suas vozes chocavam em uma mente transtornada por sentido, o mesmo que se fez inútil quando mais precisou. Achava melhor esquecer que tudo acabava em braços conhecidos e aceitar os únicos que a carregariam - a solidão.

          O que vai não fica, volta, e cobra pelos danos causados pelo caminho...se apegava a isso, que a vida fosse mais justa no final, quando não havia propósito de aprendizado, apenas o deixar-se ir...lentamente, tranquilamente, silenciosamente.

By Léiah Val. Laverny

Um momento de rock...


         Dexter Holland, vocalista da banda THE OFFSPRING, compôs a canção GONE AWAY, que segundo rumores, em homenagem à namorada que em 1997 faleceu em um acidente de carro. Não é incomum vermos artistas exporem suas dores, perdas e indignações por meio de suas letras.

          Essa em particular tem um sentido bem pessoal, ainda mais se analisarmos o estilo da banda criada em 1984, conhecida como uma das melhor
es do PUNK ROCK internacional da atualidade.

GONE AWAY
(Se foi)
Ver mais


Talvez em outra vida
Eu poderia encontrá-la lá
Levada antes da hora
Não posso concordar com isso, é tão injusto.


E sinto
E sinto como se
O céu estivesse longe demais
E sinto
E sinto como se
O mundo tivesse ficado frio
Agora que você se foi.

Deixando flores no seu túmulo
Mostro que ainda me importo
Mas rosas negras e Ave Marias
Não podem trazer de volta o que foi tirado de mim.

Estendo as mãos para o céu
E grito seu nome
E se eu pudesse trocar
Eu trocaria.

E sinto
E sinto como se
O céu estivesse longe demais
E machuca
E machuca como se
O mundo tivesse ficado frio
Agora que você se foi

Salvarei sua alma

Estendo as mãos para o céu
E grito seu nome
Oh, por favor me deixe trocar
Eu trocaria.
http://www.youtube.com/watch?v=CKil3034jqY


 
 II
          Caso parecido de homenagem, mas sem o elemento trágico, ocorreu anos antes (1987) quando a banda U2 lançou o single SWEETEST THING como uma forma de Bono pedir desculpas a sua esposa na época, Ali Hewson, por ter sido obrigado a trabalhar no novo CD justamente no dia do seu aniversário.

          Num clima descontraído que rendeu a primeira posição em vários países europeus, a letra sugere explicitamente o quanto ele sente ... as caras dos integrantes são impagáveis.kkkk


http://www.youtube.com/watch?v=VO4i8LX4zAE&feature=related

Um olhar...



           Meus olhos viram, por um segundo, as inestimáveis possibilidades e as tenebrosas forças que me levaram ao caminho contrário...O medo me feriu a pele, corroeu minha coragem, me perdi em dúvidas e não consegui resgatar o precioso momento de lucidez, quando a verdade se depara com o desejo e o mundo todo se ilumina numa cor apenas vista por olhos sãos...

          ...
A míopia sentimental me fez enxergar o distante distorcido, nublado, totalmente desfocado e tive pavor de ser engolida pelo túnel que parecia não me levar a lugar algum. Parei. Chorei. Gritos de dor me doíam a alma e por um instante quis ficar, quieta, aconchegada no cômodo, no previsível...

           Mas eis que descobri o improvável: não sou como os outros, não sou padronizada em cores fechadas, cinza. Sou multi, sou pluri, sou todos em mim e me vejo no céu de arco-íris que se forma depois de uma chuva caridosa lavando minha vida completa, agora pronta para caminhar e abraçar o mundo que se abre em cor e som, forma e conteúdo, eu e você...

           O meu medo não é o fim, é o intermediário entre o que eu sou realmente e o que esperam que eu seja. Sou a forma descomunal dos sentidos, a violência dos elementeos que constrõem sentido no caos e me leva à liberdade de buscar meu próprio caminho, tendo como a luz guia apenas os olhos que nunca tive coragem de encarar, num corpo de desejo que ignorei em um chão de folhas revoltas pelo vento que não aceita o constante, exige o movimento.
((((Léiah Valquíria Laverny))))


 
“É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela..."
#Friedrich Nietzsche#