segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sonata...

        

          Feche os olhos, sinta a pele ser tocada em segredo, leve, livre no universo dos sentidos...
          Mãos são suaves senhoras do prazer que me domina no deleite do que minha audição capta...são pássaros que revoam com a alvorada, dando adeus ao dia quem me confrontou...que me possuiu em braços encantados.
         A noite revela e traduz a ocultação dos medos, mostra quanto somos prisioneiros da luz que afugenta o eco da libertação...sou o ser da noite que vaga incansável em teus sonhos, misterioso apelo de amor e perdição. Sou o doce acorde da canção que ouvimos quando os corpos driblam a leis da razão...sou você em mim, completos, perfeitos, únicos.
         Se o olhar não alcança, o teu aroma me guia na vastidão de cheiros que me entorpecem a iluminação. Sinto o corpo se entregar, como um barco ao doce vagar do mar, ao primeiro momento de liberdade absoluta...nada me prende, nada me desafia, nada é ausência, apenas, num momento de fulgor, presente. Permanente.
        E no amanhecer, com os olhos do mundo se abrindo diante de mim, desnuda na noite que me consumiu, abro os braços que te possuíram e me deixo ir, vagarosamente, pelo caminho aleatório da vida...agora não mais a mesma, agora, a minha vida, impressa na tua, em pele e verde agrado da natureza selvagem...

(((Léiah Val. Laverny & Anissa Baviera)))


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