segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um olhar...



           Meus olhos viram, por um segundo, as inestimáveis possibilidades e as tenebrosas forças que me levaram ao caminho contrário...O medo me feriu a pele, corroeu minha coragem, me perdi em dúvidas e não consegui resgatar o precioso momento de lucidez, quando a verdade se depara com o desejo e o mundo todo se ilumina numa cor apenas vista por olhos sãos...

          ...
A míopia sentimental me fez enxergar o distante distorcido, nublado, totalmente desfocado e tive pavor de ser engolida pelo túnel que parecia não me levar a lugar algum. Parei. Chorei. Gritos de dor me doíam a alma e por um instante quis ficar, quieta, aconchegada no cômodo, no previsível...

           Mas eis que descobri o improvável: não sou como os outros, não sou padronizada em cores fechadas, cinza. Sou multi, sou pluri, sou todos em mim e me vejo no céu de arco-íris que se forma depois de uma chuva caridosa lavando minha vida completa, agora pronta para caminhar e abraçar o mundo que se abre em cor e som, forma e conteúdo, eu e você...

           O meu medo não é o fim, é o intermediário entre o que eu sou realmente e o que esperam que eu seja. Sou a forma descomunal dos sentidos, a violência dos elementeos que constrõem sentido no caos e me leva à liberdade de buscar meu próprio caminho, tendo como a luz guia apenas os olhos que nunca tive coragem de encarar, num corpo de desejo que ignorei em um chão de folhas revoltas pelo vento que não aceita o constante, exige o movimento.
((((Léiah Valquíria Laverny))))


 
“É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela..."
#Friedrich Nietzsche#


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