domingo, 9 de outubro de 2011

Um suspiro de dor e uma lágrima de desapego...

...coisas que eu não entendo. 


          Certas coisas me pertubam, como o valor exagerado que damos a certas coisas.
          Nos ajoelhamos diante do tempo, o grande senhor da cura!
          Oferecemos tudo ao presente, pois ele é soberano, até o momento que é destronado pelo futuro, que tanto queremos e fazemos tietagem.
          O passado, esse é o grande vilão da história, ele fez isso, ele aquilo, sofri isso, sofri aquilo...mas não pensamos que o passado já foi futuro que virou presente.

          Sofremos da Síndrome de Diórgenes, acumulamos tanta coisa em nossa mente, que por fim chamamos de memórias e queremos que ela tenha um toque lírico. Poetas escrevem sobre a deusa dos momentos passados, cantores entoam músicas que a definem como bela, certa e restante...

          Guardamos coisas velhas, inúteis, lixo, roupas, livros, tudo sem o menor valor! Isso porque estamos tão carentes e com  tanto medo, que nos agarramos a toda essa tralha, como uma forma de equilíbrio, de sanidade! Ledo engano! A sanidade está em jogar tudo fora, renovar a mente, não acumular memórias, nem lembranças desnecessárias. Não teremos nada de volta, o que passou é passado!

          Por que não começar com a casa limpa, mente limpa, clara, aberta a novas vivências, novas ideias, novas formas de ver a vida, colocando tudo em perspectiva!  Treine o desapego. Desapegue-se de coisas, pensamentos, dores, sofrimentos e mesmo pessoas! Deixe-as ir, elas nunca te pertenceram e com certeza você nunca pertenceu a ninguém também. Viemos sozinhos, entendamos o maior drama da vida, voltaremos sozinhos, estaremos enfrentando o suspiro final apenas com uma pessoa - você mesmo!

         As pessoas pensam na morte como algo tão maldito que me faz rir! Temos tanto medo da morte assim? E o medo de ser amado, o medo de amar, o medo de falhar, o medo de ficar sozinho? Muitas vezes é maior que a morte! Ela não é definitiva, prefiro pensar que é uma jovem mal compreendida que apenas te leva pelas mãos ao lugar original, onde nos depararemos com o que tiver que ser.


         Morremos em vida, principalmente quando somos a todo momento massacrados, humilhados por outras pessoas, traídos por quem amamos, abandonados por quem fez um juramento de sangue de nos proteger porque tanto nos queria, morremos quando vemos que sangue não é laço, é conveniência contratual, facilmente desfeita com mentiras e rejeição. Morremos quando vemos que em vida não somos melhores que os abutres, apenas esperando o outro cair para tomarmos os espólios para nós.

          Morremos em vida quando não encontramos mais sentido nela, quando não passa de um roteiro ruim que nos deram e agora temos que encenar as cenas como se fosse um soap opera. Morremos quando assumimos que viver é doloroso demais, solitário demais, triste demais....

         E deixamos que morram em vida, sem ao menos termos a decência de estender um braço! A história não está do nosso lado, não vemos tantas coisas boas acontecendo. Nossa vida também não tem muito a dizer, vivemos pequenos momentos, fragmentos isolados e queremos que tenha um sentido no todo. Não tem, aprenda isso! A vida é aprendizado, não é recreio, se achamos isso é porque o professor saiu da sala por alguns minutos e nos sentimos donos de nós mesmos.

          Engraçado, lembrei de um filme que vi a pouco tempo, PRONTA PARA AMAR, uma jovem diagnosticada com câncer e que nunca acreditou poder encontrar o amor...como os americanos adoram dramas cheios de óbvio, ela se apaixona pelo médico...no final o medo dela não era da morte, ela estava em paz com isso, o medo real era o de amar....
...e ainda nos perguntamos porque a vida não é mais simples!!!

By Léiah Val. Laverny

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