segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

The walking dead - uma observação...


          Vendo a segunda temporada de THE WALKING DEAD algumas considerações me vieram à mente. Não entro no mérito de ser uma obra de ficção apenas, até porque a ficção se vale da lincença própria para falar de temas que não falaríamos abertamente, ou porque preferimos usar uma outra linguagem.
          Uma época em que os 'walkers' estão transformando o mundo num lugar inabitável, onde os vivos são obrigados a se esconder e manter o mínimo de resquício de humaninadade. Difícil não ver como temos em nós, mesmo que inconsciente, a necessidade de reforçarmos nosso lado humano e tudo que nos torna assim. Mas como manter isso em mente se vemos pais horrorizando os filhos, estuprando, abandonando, matando sem motivos; animais sendo torturados gratuitamente, a corrupção se instalando na valorização do bem próprio em vez do bem comum; Terrorismo, mortes injustificáveis em nome de Deus... Parece que nos tornamos 'walkers' sem coração e mente num mundo que se degrada a cada momento.
          Esse sempre foi nosso medo, perder nossa sanidade e o que nos torna humanos, medo de estarmos construíndo nossa sociedade sob base frágeis a ponto de escolher quem morre e quem vive, os médicos do sistema público de saúde que o digam, constantemente levados a priorizar os casos mais graves, como se tivessem que escolher quem vive e quem morre.
          Vendo o episódio 2x7 - Pretty Much Dead Already, senti-me incomodada com as cenas em que o instinto inato do ser humano se torna algo primário. Nosso senso de sobrevivência é forte, é primitivo e pode também, se mal direcionado, sucubir ao egoísmo e se tornar uma bomba prestes a explodir. Se Shane tem argumentos válidos ao expurgar do caminho o que pode ameaçar nossa sobrevivência, de outro lado temos Rick que ainda mantém uma forma mais civilizada de ver as coisas, com diplomacia, respeito e raciocínio de grupo. O que um líder constantemente em prova tem em suas mãos.
          Nossa sociedade como conhecemos já passou pelo surto do comunismo e o medo de perder a estrutura individualista em que nos pautamos e por décadas fomos educados - ou treinados - a ver a comunhão como algo ruim. Somos capitalistas, pelo amor de Deus!!! O que é meu é meu, e se não tomar cuidado, o seu é meu também! Mas independente de que sistema vivemos, o que deve ser valorizado em primeiro é o humano, o respeito, a valorização da vida e da Terra em que vivemos.
          Se os andantes são nosso medo inconsciente de ver nossa sociedade como conhecemos ser destruída e no lugar uma sociedade em que temos que pensar um nos outros para sobreviver, talvez não seja difícil ver que precisamos mudar muitas coisas na forma como vivemos.
By Léiah & Bavi

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