terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Gigantes de aço...


            Impressionante. Simplesmente a melhor definição para o filme de Shawn Levy Gigantes de Aço (Real Steel, 2011, EUA). Não apenas para os efeitos especiais e os robôs, pois, como bem mostra o filme, a elemento humano não deve ser desvalorizado. Referências à parte, por enquanto, a história nos leva junto de Charlie Kenton, um boxeador que vive de cidade em cidade com robôs lutadores numa arena de destruição em um futuro não muito distante. 2020 é o ano e o boxe não é mais praticado com humanos, agora a ação se passa no violento embate entre máquinas, lutando até a aniquilação total. Após saber que sua ex-namorada com quem teve um filho há 11 anos faleceu, acaba negociando o próprio filho, Max. Numa jornada de desafios para os dois, acabam criando mais do que laços afetivos, conseguem mostrar que sempre há lugar na vida para uma segunda chance.

          Nos vem à cabeça, pelo menos dos que acompanharam a filmografia de Sylverster Stallone, filmes como Rocky e Falcão - o campeão dos campeões. Boxe e tecnologia, força versus técnica, homem versus máquina. Os gigantes são mostrados não apenas pelas probabilidades da vitória, mas pela garra em lutar na construção do que é caro a nós seres humanos - a capacidade de sentir e seguir em frente com coragem. Com um robô - Atom - diferente dos outros, um "azarão", pai e filho se veem juntos no caminho de se auto-conhecerem, aprimorarem suas relações e mudar o caminho para sempre. Entre fracassos e decepções, encontram sentimentos perdidos e mostram junto a cenas eletrizantes de lutas que a vitória está em chegar ao final com orgulho e determinação.

          Hugh Jackman consegue desenvolver com o jovem ator Dakota Goyo uma relação incrível, estão sintonizados, inclusive nas brigas entre eles, intensa junção. Fora o clichê do pai ausente que se descobre após algum tempo com o filho, a lição maior é o fato de que mesmo que nos entupemos de tecnologia, não há como substituir o elemento humano. Se isso ocorrer, a queda é certa. Perde-se o sentimento, a emoção, a imprevisibilidade que nos faz tão complexos e belos. Como quando Max percebe que Atom não é um robô comum diz apenas " Seu segredo está seguro comigo", também percebe que seu pai não é aquele total perdedor que o vendeu para a tia, literalmente. O garoto imbui no personagem a emoção já esquecida por tanto tempo em meio a máquinas frias e descartáveis. Aprendizado vindo da junção de pessoas com o mesmo objetivo - lutar.

          Lembremos de Rocky Balboa, não tendo os mesmos recursos tecnológicos de seu oponente, valeu-se de sua técnica, de seu treinamento árduo. Em outra sequência, mostra a luta de vitória improvável contra o Soviético. Ou mesmo em Rocky I, com a magnífica cena de Stallone subindo os 72 degraus da entrada do Museu de Arte da Filadélfia ao som da música tema Gonna Fly Now. Estonteante. E com a trilha sonora também nos levantamos da cadeira e gritamos juntos com Atom, Max e Charlie. Numa luta implacável de cinco rounds, sabendo que o resultado seria favorável ao campeão invicto de qualquer forma, a vitória viria em uma outra lição, o vencedor é o que lutou arduamente para chegar até ali, com garra e persistência.

          O fato de ser um filme dinâmico, as quase 02:10 é irrelevante, com uma trilha sonora vibrante e atuações preciosas, nos fazem ter uma diversão garantida e uma reflexão de como nossa sociedade tem visto a tecnologia e para onde ela pode nos levar. Seja pela fala de Max que acusa a liga profissional de favoritismo ou pelo fato de seu pai não conseguir, nos minutos finais de tensão de uma luta magnífica, expressar verbalmente o que sente no momento, a lição é dada em dois momentos: Atom vence com o coração e a determinação de Max, e a técnica de boxeador de Charlie; ao final, o garoto se vira para o pai e diz: " Não se preocupe, seu segredo está seguro comigo", quando este tenta lhe dizer o que sente e como se sente. O mesmo coração consegue mostrar que mesmo não sendo ditas, as palavras estão ali, sendo vivenciadas, sentidas e transmitidas de várias formas.

          E como disse Rocky Balboa, "Niguém baterá tão forte quanto a vida. Porém, não se trata de quão forte pode bater, se trata de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada." Essa é uma lição para se levar além dos créditos.

(((By Léiah Val. Laverny & Bavi)))


Imagens do filme...

















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