sábado, 7 de janeiro de 2012

Encantamento...

De todos os que preenchem nossa solidão, são os livros os mais anárquicos, os mais instigantes. Leia, e seu silêncio ganhará voz.
(((Martha Medeiros)))



          Joguei-me nos braços do sonho, das possibilidades e cada segundo era uma surpresa, um sentimento de força e segurança. Era mágico estar ali, com ele, com toda aquela vida e vivência, era quase sobrenatural. Ver por seus olhos, por seu toque, no meu toque em sua pele, seu coração, virtudes e medos misturados, sem ao menos imaginar como iria terminar aquela história. O mistério era a fome alimentada pela descoberta, volúpia de mãos e prazer, olhos firmes no que estava se desnudando frente a mim, com força, ímpeto de liberdade, canto majestoso de uma alma no deleite do existir...

         Dos lábios sussuros de aventuras imaginadas se concretizando num plano novo, meu, único. Era a preferida, sabia disso. Enquanto aceitasse sua presença em minha vida tão silenciosa sentiria o grito de meu corpo em busca das linhas do destino traçado em tão finas letras, palavras de uma alma solidária, partidária de um conceito de troca, de permanência. Não tinha ciúme se outra mulher fosse lhe tocar, com certeza tocaria, sentiria o mesmo que eu e ainda assim seríamos irmãs no desejo concretizado, além de prisões, de ocultações..suas histórias me divertiriam, me emocionariam, me prenderiam na certeza de que era livre na noção de ver o mundo com uma mente mais afinada com o que o cotidiano nos revela...presa porque não quero ser livre num mundo de chaves e portas perdidas em cômodos frios, solitários, escuros.

         Era amada, sentia-me amada. Sentia os nossos corpos tocando, o cheiro bom de tua pele, fina e ao mesmo tempo intransponível aos tão incrédulos. Vivia a intensidade de instantes e a certeza da eternidade em minhas lembranças...era tarde. Já passavam das 03:00 da manhã e ainda não conseguia deixá-lo de lado, era meu vício, minha sede saciada, minha vida reescrita, meu corpo esquadrinhado pelas palavras dirigidas a mim e a quem sentisse necessidade delas...e eu sentia.

          Corpo exausto, olhos sonolentos, mãos já caídas sobre a cama e lá, bem do  meu lado, velando meu sono e sonhos, estava você, personificado em lutas, fugas, aventuras, fantasias...era de fato minha razão e noção, era simplesmente celulose, filho da natureza que se doou para que fosse eternizada nas mãos e olhos de quem ousou ser mais que comum.

          ...e assim dormi. Livro fechado, marcado e esperando que ao despertar pudesse refazer cada palavra em mente fértil de imaginação e sonhos cheios de possibilidades.



By Léiah Val. Laverny & Anissa Baviera

Nenhum comentário:

Postar um comentário